quarta-feira, 4 de abril de 2007

Bioclimatismo em Montes Claros - MG

Diego Fonseca



O estudo bioclimático é a área da arquitetura que busca adequar as construções à realidade do meio natural que esta se encontra. É como se o arquiteto projetasse um edifício que interagisse com as condições naturais do sistema local, e não fazendo com que essa construção destoe daquele ambiente a ponto de se tornar “um estranho no ninho”.

Os aspectos que são analisados para que haja maior adequação do edificado ao meio são: o clima urbano, o ambiente sonoro, o comportamento dos materiais, a estética da luz e a cor.

A análise bioclimática é importante quando se pensa em projetos arquitetônicos que busquem evitar erros de adequação da obra ao contexto climático do lugar. Por exemplo, a arquitetura que se usa na Europa não é adequada à realidade brasileira, assim como uma obra projetada para o clima amazônico (super-úmido e quente) não é apropriada a realidade norte-mineira (quente e seca). Um indivíduo que queira copiar um modelo arquitetônico de uma residência européia e construí-lo no nordeste brasileiro poderá até ver alguma beleza na sua construção pelo efeito exótico que esta terá diante da realidade ambiental onde estará, contudo, esse morador sofrerá com o desconforto do excesso de calor que sua casa lhe proporcionará.

FATORES A SEREM LEVADOS EM CONSIDERAÇÃO NA COMPRA DE UM ESPAÇO URBANO RESIDÊNCIAL

Quando pensamos em fazer uma construção residencial, alguns fatores devem ser levados em conta para que haja otimização da qualidade de vida dos moradores. Como dialoga TAUK – 1995, residências localizadas próximas a parques têm seu valor apreciado. Portanto, buscar áreas para morar com maior cobertura vegetal interfere no preço dos imóveis pela melhor qualidade do ar e menor oscilação climática que locais com maior impermeabilização por concreto. Além de diminuir a amplitude térmica, a vegetação atua na absorção dos sons, ou seja, em espaços onde há maior cobertura vegetal a poluição sonora tende a ser minimizada.

Em Montes Claros seria interessante que além da residência estar perto de um parque, que esta esteja próxima a um espelho d’água. Dessa forma, evita-se o mal estar que a amplitude térmica e a secura do ar que os meses de inverno proporcionam. No verão haveria a minimização do calor, pois os espaços verdes proporcionam maior evapotranspiração (circulação do ar). Na oportunidade de construir piscina na residência, deve-se colocá-la no lado oeste da casa, pois é nele que o sol inside com maior intensidade, portanto, à tarde.

De acordo com ROMERO – 2001, a melhor direção para uma edificação é no sentido norte-sul. Construções projetadas com a frente voltada para o norte e os fundos para o sul são mais bem posicionadas, pois o arquiteto pode planejar melhor a localização dos cômodos da casa de acordo com a direção do sol.

CARACTERÍSTICAS QUE AS CONSTRUÇÕES MONTESCLARENSES DEVEM TER PARA MELHOR ADAPTAÇÃO AO AMBIENTE REGIONAL

Na cobertura das casas – é importante que o telhado esteja mais distante da laje. Quanto maior essa distância, menos a radiação do sol aquecerá o teto da casa, proporcionando menos calor. Entre a telha e a laje é necessário que haja um espaço lateral para entrada e circulação dos ventos. Nos meses de verão, o vento atua com maior incidência nas direções sul e sudeste, por isso, principalmente nas extremidades da residência que se encontram nessa direção seria interessante haver esse local de passagem do ar. Entre o piso e o teto é importante que haja uma distância de pelo menos 2,80m de altura, também para maior ventilação.

A cor das construções deve ser em tons neutros para que haja menos absorção e mais reflexão da radiação. Cores boas seriam: o branco gelo, o azul celeste, amarelo e verde claros, entre outras. Cores muito claras devem ser evitadas para que não haja irritação dos olhos nos dias de maior incidência do sol, tendo em vista que cores claras demais, como branco neve, refletem mais a radiação solar causando poluição visual. Cores escuras absorvem muito calor, incidindo sobre os ambientes e sobre as pessoas. O piso deve ser, também, de cores neutras. Materiais de pedra tendem a absorver mais calor, a cerâmica é um material mais frio e com menos variação de temperatura.

A forma das casas deve ser retangular (sentido norte-sul) para melhor circulação e absorção dos ventos. Além do mais, as paredes mais externas das construções devem ser preferencialmente côncavas (ROMERO – 2001).


Quando a casa se localizar em ambientes onde haja maior poluição sonora, é interessante que os muros destas sejam mais altos e de maior espessura. O muro funciona como barreira ao som.

Para Serra (1989), arquitetura bioclimática é aquela que otimiza, no seu próprio desenho arquitetônico, suas relações energéticas com o entorno e o meio ambiente. Aproveita o sol no inverno e evita-o no verão, utiliza os benefícios da ventilação para combater a umidade e para extrair o ar quente, vale-se do isolamento para reduzir as trocas térmicas com o exterior, especialmente as perdas de calor em épocas frias. Nessa arquitetura, as superfícies envidraçadas orientam-se em direção ao sol de inverno e nas horas de escuridão fecha-se com proteções noturnas especiais para reduzir as perdas de calor. Em outras orientações, as fachadas e a forma do edifício buscam uma adequação maior ao frio e ao vento de inverno. Ao mesmo tempo, todo edifício faz-se mais pesado para amortecer as oscilações da temperatura interna e também adaptar-se às características do entorno, relevo, vegetação, etc., utilizando todos esses elementos sem deixar de aproveitar ao máximo as vantagens da luz natural, da proteção do sol no verão e da visão da paisagem”. (ROMERO, 2001. p. 25).

Em Montes Claros o bairro na área mais central que proporciona maior conforto urbano é o Morada do Parque e adjacências. Esses bairros são margeados pelos parques – Municipal e Sapucaia.


Atualmente a preocupação com o aquecimento global está explicitada nos meios de comunicação em geral, por isso, a análise bioclimática é um interessante mecanismo para mitigação dos impactos do calor, principalmente em regiões com médias térmicas altas como o Norte de Minas Gerais.

REFERÊNCIAS

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Arquitetura Bioclimática do Espaço Público. Brasília – DF. Ed: UNB. 2001.
TAUK, Sâmia Maria. Análise Ambiental: Uma visão multidissiplinar. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2ª edição, 1995.


Imagens Divertidas







terça-feira, 3 de abril de 2007

Penetrando na Net

Diego Fonseca

Segundo pesquisa Ibope-NetRatings o Brasil se tornou o campeão mundial em acessos à Internet. Somos recordistas em tempo na Internet. Ficamos em média 21 horas e 39 minutos, por mês, em frente ao computador. Saímos à frente de países como: Estados Unidos, Japão e França.

Os sites mais acessados são os ligados a turismo, seguido dos de relacionamento, como: Orkut, MSN e os de bate papo. A pesquisa não se referiu a sites pornográficos, todavia, é claro que também estão entre os mais procurados.

A pesquisa mostra também que o comércio eletrônico aumentou 23% no país. Em dezembro de 2006, por exemplo, o estudo diagnosticou 8,2 milhões de usuários a mais no comércio on-line que o mesmo período de 2005.

Esse crescimento no acesso à rede mundial de computadores, Internet, se deve ao barateamento do preço dos computadores – impulsionado por subsídios governamentais, a disseminação da Internet em banda larga e ao crescimento das chamadas - Lan House.

A Internet é um dos mais importantes meios de pesquisa na atualidade. Seu uso facilita muito a vida das pessoas. Contudo é claro, igual a qualquer ferramenta, tem suas desvantagens, como problemas com vírus, insegurança nas transações comerciais, informações pouco confiáveis, entre outros problemas. Mesmo assim, se usada de maneira comedida, a rede mundial de computadores tem mais à somar do que atrapalhar nossas vidas.

Referência:

www.cosmo.com.br

Modelo?

Diego Fonseca


Modelo? Isso parece um modelo de beleza para você? A maioria das pessoas diria que não, contudo a indústria da moda insiste em dizer que modelos magérrimas, como esta da imagem ao lado, são parâmetros de beleza do mundo moderno. Só se for como designe de cabide!

Ao longo dos últimos anos, diversas meninas, muitas de 12 ou 13 anos, se aventuravam no “violento” mundo fashion sem saberem direito com o que estavam se metendo. Eram, e são, submetidas aos rigores do mundo das passarelas, no qual as manequins são induzidas a fazer dietas mirabolantes para estarem “comercialmente adequadas” para os desfiles.

O culto a magreza exagerada trouxe prejuízos à imagem da moda em diversos momentos, o mais recente foi com a morte por anorexia e bulimia da modelo Carolina Reston, chamando a atenção da sociedade para os malefícios do padrão de beleza atual que a mídia tenta nos impor.

Esse assunto, o culto à magreza, é tema de discussão em diversos meios de informação. Diante desse debate atual, a ISTOÉ de 24/01/2007 entrevistou o presidente do São Paulo Fashion Week – Paulo Borges, que providenciou medidas para tentar conter a onda de bulimia e anorexia que permeia o mundo das modelos. Segundo Borges, a SPFW não aceitará mais modelos menores de 16 anos em seus eventos, e as de idade superior, terão que apresentar boletins médicos atestando que estão com a saúde em dia. Essa é uma das primeiras, mas importante medida para conter a disseminação do culto à magreza.


Beleza feminina, principalmente no Brasil, combina com curvas, com saúde, com sensualidade, e o padrão que está vigorando hodiernamente está distante de um real modelo de beleza. Felizmente o chamado “mundo fashion” começou a acordar.